Sem compromisso nem razão, saí pela manhã para respirar a cidade.
O primeiro aroma, sem dúvida, foi o daquela manhã de primavera, cheia de cores e de luz.
Na grande avenida, majestosas palmeiras pareciam anunciar a própria grandeza da vida.
Em direção à praia, o cheiro do verde, os matizes das flores formando os jardins (marca registrada da cidade de Santos) que me enchem de encantamento. Encantamento que não termina ali: mal ergo os olhos, avisto os navios atracados ao cais lembrando a magia de tantas viagens sonhadas e algumas até vividas.
Prossigo sem pressa, observando entre a rústica singeleza dos quiosques e a sólida beleza de antigas construções que viram gerações e gerações passarem por elas: Pinacoteca Benedito Calixto, Escolástica Rosa, Museu de Pesca...
Tomada pelo raro sabor da liberdade, concedo-me o direito de adentrar ao Aquário e ali permanecer por tempo indeterminado,extasiando-me com o milagre de tantas vidas borbulhantes e únicas em tamanho, cores, hábitos, na beleza, enfim.
No auge do encantamento revivo na memória as fantásticas tardes e manhãs que passei ali, quando era ainda pequena. Momentos intensamente vividos e devidamente registrados na Kodak do papai.
Comovida, percebi, naquele lugar, naquele momento, que a magia ainda era a mesma, com uma única diferença: naquele tempo eu ainda não tinha saudades.
Final de tarde, faço o caminho de volta inundada de lembranças. Doces lembranças dos lugares e das pessoas que comigo viveram essa história.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Doce lembrança
Amanhece. Movimento quase nenhum. Parece que o tempo resolveu descansar. Diante de mim, o mar. Misterioso e belo, de uma beleza que não se conta. Caminho lentamente pela água, vento brando em meu rosto, nas folhas das árvores, crispando as ondas e varrendo a areia.
De repente, o susto: ele ali, na minha frente, caminho inverso, cabelos brancos feito nuvens, olhar envolvendo toda a paisagem. Sem saber, trouxe-me de volta à doçura da minha infância, nem tão distante assim. O porte era o mesmo de meu avô, como eram os mesmos os olhos ternos e a leveza adivinhada na expressão.
Parece que ali só faltava eu, pequena, caminhando com ele de mãos dadas, explosão de tantos risos e ternuras tantas.
Tenho-o por inteiro comigo: Nossas brincadeiras, cumplicidade, nossas travessuras, nossos passeios... Os pastéis degustados às escondidas, as aulas de Educação Física "boladas" de comum acordo entre nós dois, as idas à Ilha das Palmas, a roda gigante, a montanha russa colocada em movimento só para ele e eu, as Páscoas e Natais inesquecíveis, que sempre guardavam lindas surpresas. Do alto olhávamos o mar (o mesmo que contemplo agora) e sentíamos o vento (o mesmo?) gritando ao mundo o quanto éramos felizes e iguais.
Encaro-o de novo agora completamente atônita (Seria ele de volta? Ou ele teimoso como sempre simplesmente não foi?)
Ensaiei o beijo, o abraço, o afago... Preparei o riso alto e até a alegria... Tudo em vão... Aquele não era ele e embora tenha respondido ao meu bom- dia sorrindo, para mim já não era mais dia e muito menos bom. Afastei-me, e duas lágrimas correram por minha face, juntando-se às minhas lembranças.
De repente, o susto: ele ali, na minha frente, caminho inverso, cabelos brancos feito nuvens, olhar envolvendo toda a paisagem. Sem saber, trouxe-me de volta à doçura da minha infância, nem tão distante assim. O porte era o mesmo de meu avô, como eram os mesmos os olhos ternos e a leveza adivinhada na expressão.
Parece que ali só faltava eu, pequena, caminhando com ele de mãos dadas, explosão de tantos risos e ternuras tantas.
Tenho-o por inteiro comigo: Nossas brincadeiras, cumplicidade, nossas travessuras, nossos passeios... Os pastéis degustados às escondidas, as aulas de Educação Física "boladas" de comum acordo entre nós dois, as idas à Ilha das Palmas, a roda gigante, a montanha russa colocada em movimento só para ele e eu, as Páscoas e Natais inesquecíveis, que sempre guardavam lindas surpresas. Do alto olhávamos o mar (o mesmo que contemplo agora) e sentíamos o vento (o mesmo?) gritando ao mundo o quanto éramos felizes e iguais.
Encaro-o de novo agora completamente atônita (Seria ele de volta? Ou ele teimoso como sempre simplesmente não foi?)
Ensaiei o beijo, o abraço, o afago... Preparei o riso alto e até a alegria... Tudo em vão... Aquele não era ele e embora tenha respondido ao meu bom- dia sorrindo, para mim já não era mais dia e muito menos bom. Afastei-me, e duas lágrimas correram por minha face, juntando-se às minhas lembranças.
Falta de limites: o mal do século
Nos dias atuais, em meio a tantos acontecimentos, poucos são os que chegam a mídia e não nos deixam estupefatos. São assassinatos, mentiras, corrupções. Tantas coisas que parecem impossíveis de serem contidas. E tudo em decorrência de um mesmo problema: a falta de limites.
Desde que a idéia do "é proibido repreender" foi inserida em nossa sociedade, os problemas que já existiam começaram a se intensificar e outros que nem teríamos em mente que pudessem acontecer, como um bandido comandando uma quadrilha de dentro de uma prisão de segurança máxima, saltam aos nossos olhos cada vez mais e tudo parece normal, corriqueiro. Tudo foi banalizado.
Em tempos em que os pais não sabem por onde e com quem andam seus filhos, não fica difícil imaginar o que está por vir, principalmente se levarmos em conta, que, apesar de tudo, essa geração não se perdeu completamente, porque ao ter convivência com os avós, aprenderam até uma certa dose de respeito e obediência e, mesmo assim, estamos onde estamos. Se não houver uma mudança radical de valores, tudo tende a ficar ainda pior, pois estes jovens sem limites se tornarão adultos um dia sem ter qualquer noção da importância da autoridade paterna e irão gerar pessoas que não saberão o que significa hierarquia familiar e, consequentemente, não terão sequer um resquício de respeito pelos pais, que dirá com os demais.
Desde que a idéia do "é proibido repreender" foi inserida em nossa sociedade, os problemas que já existiam começaram a se intensificar e outros que nem teríamos em mente que pudessem acontecer, como um bandido comandando uma quadrilha de dentro de uma prisão de segurança máxima, saltam aos nossos olhos cada vez mais e tudo parece normal, corriqueiro. Tudo foi banalizado.
Em tempos em que os pais não sabem por onde e com quem andam seus filhos, não fica difícil imaginar o que está por vir, principalmente se levarmos em conta, que, apesar de tudo, essa geração não se perdeu completamente, porque ao ter convivência com os avós, aprenderam até uma certa dose de respeito e obediência e, mesmo assim, estamos onde estamos. Se não houver uma mudança radical de valores, tudo tende a ficar ainda pior, pois estes jovens sem limites se tornarão adultos um dia sem ter qualquer noção da importância da autoridade paterna e irão gerar pessoas que não saberão o que significa hierarquia familiar e, consequentemente, não terão sequer um resquício de respeito pelos pais, que dirá com os demais.
Globalização e capitalismo exacerbado: barreiras para a evolução da sociedade brasileira
Conforme as questões levantadas por Barbero, no texto “Comunicação Plural”, o Brasil é um país muito heterogêneo em termos culturais e mesmo com relação a recursos, portanto seria necessário uma reforma que trouxesse benefícios para o país de forma geral. A reforma terá que atender a todas as regiões de maneira igualitária, então seria necessário, antes de qualquer coisa, uma mudança no processo educacional.
A partir do momento em que houver melhora na qualidade da educação para todos, poderemos pensar numa mudança no sentido comunicacional.
Outros problemas que dificultam essa mudança são a globalização e o capitalismo exacerbado. A luta de classes e a eterna busca pelo TER é incentivada pela mídia todo o tempo e o que é de fato essencial não é pensado: como fazer a população pensar, refletir e analisar.
Todos esses problemas são conseqüências da má-distribuição de rendas gerada por uma sociedade que valoriza mais as posses que o conteúdo.
Enquanto não houver melhora na educação, não haverá evolução na distribuição de recursos e por conseqüência a sociedade continuará a moldar-se como exemplos bem-sucedidos e a ser consumista e alienada ao invés de reflexiva e contestadora tendo como base argumentos sólidos que só são adquiridos por meio de conhecimento e o conhecimento é proveniente da observação, da análise.
Para os governantes não é interessante a mudança desta realidade, visto que quanto mais alienadas, mais suscetíveis as pessoas estarão. Sendo assim, a mídia tem a responsabilidade de atuar de alguma maneira e o primeiro passo seria abolir totalmente o sensacionalismo e a visão elitista dos veículos (coisa nada fácil) para que seja possível melhorar a qualidade da programação veiculada e trazê-la ao alcance de todos.
Infelizmente a mídia hoje é um retrato da elite. Prova disso é que as programações de qualidade estão nos canais pagos, aos quais só têm acesso aqueles que possuem um poder aquisitivo médio ou alto.
A partir do momento em que houver melhora na qualidade da educação para todos, poderemos pensar numa mudança no sentido comunicacional.
Outros problemas que dificultam essa mudança são a globalização e o capitalismo exacerbado. A luta de classes e a eterna busca pelo TER é incentivada pela mídia todo o tempo e o que é de fato essencial não é pensado: como fazer a população pensar, refletir e analisar.
Todos esses problemas são conseqüências da má-distribuição de rendas gerada por uma sociedade que valoriza mais as posses que o conteúdo.
Enquanto não houver melhora na educação, não haverá evolução na distribuição de recursos e por conseqüência a sociedade continuará a moldar-se como exemplos bem-sucedidos e a ser consumista e alienada ao invés de reflexiva e contestadora tendo como base argumentos sólidos que só são adquiridos por meio de conhecimento e o conhecimento é proveniente da observação, da análise.
Para os governantes não é interessante a mudança desta realidade, visto que quanto mais alienadas, mais suscetíveis as pessoas estarão. Sendo assim, a mídia tem a responsabilidade de atuar de alguma maneira e o primeiro passo seria abolir totalmente o sensacionalismo e a visão elitista dos veículos (coisa nada fácil) para que seja possível melhorar a qualidade da programação veiculada e trazê-la ao alcance de todos.
Infelizmente a mídia hoje é um retrato da elite. Prova disso é que as programações de qualidade estão nos canais pagos, aos quais só têm acesso aqueles que possuem um poder aquisitivo médio ou alto.
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Jornalismo on- line e participativo: Os focos do momento
Falar de jornalismo on-line implica, obviamente, falar da Internet e das transformações que a tecnologia provocou e provoca no jornalismo.De fato, não restam dúvidas de que os meios de comunicação tendem a aproveitar a evolução tecnológica. Essa realidade não é de hoje. A imprensa modificou-se com a rotativa, o off-set e os meios de paginação eletrônica. A televisão transformou-se com a melhoria dos sistemas televisivos e está a sofrendo grandes modificações com a interatividade, a alta definição, os sistemas digitais e a convergência com a informática e as telecomunicações. Portanto, não é de se estranhar que o aparecimento da Internet tenha gerado transformações no jornalismo. Essas transformações fizeram-se sentir, essencialmente, em dois níveis: em primeiro lugar, nas rotinas jornalísticas de produção de informação; e em segundo lugar, no produto jornalístico, em suas formas e formatos de difusão de informação. O jornalismo on-line não exterminou outros gêneros de jornalismo, mas requer modificações.
A Internet é, neste momento, o meio de comunicação que mais torna visível a convergência dos meios, ou seja, a integração dos mesmos num único suporte. Num futuro próximo, talvez este cenário se venha a materializar na televisão interativa, para onde também convergirá a Internet, mas por enquanto ainda não é assim, ou pelo menos a televisão interativa ainda não está suficientemente disseminada para que seja assim. A Internet, enquanto meio convergente, possibilita aos jornais a incorporação de recursos antes exclusivos das rádios e televisões, sem modificarem a sua essência, já que o texto mantém-se como o principal suporte da informação.
O jornalismo on-line e o aparecimento da Internet colocaram vários desafios e questões ao jornalismo, sendo as principais com relação à qualidade e aos valores éticos. É fato que a Internet facilitaria a vida do jornalista e do leitor com relação ao tempo de divulgação da informação, mas será que em alguns momentos isso não pode atrapalhar no momento da apuração? Com a cobrança cada vez maior pela instantaneidade de novas informações, pode haver um certo “desleixo” por parte dos repórteres ou mesmo impossibilidade para que eles dêem o melhor de si na produção da matéria. A questão ética preocupa ainda mais, visto que qualquer pessoa pode escrever textos ou produzir matérias, mesmo sem ser jornalista. Obviamente, tem um aspecto positivo nisso, pois boas contribuições sempre serão bem-vindas, porém não dá para sabermos ao certo se a produção é verídica e não há muitos meios para essa verificação, portanto a única forma é reforçar os grandes valores jornalísticos (Objetividade, verdade, constatação do problema ou situação, consulta ao maior número possível de fontes...) e estar o mais atento possível a tudo que se lê, checando sempre que possível as informações divulgadas.
A Internet é, neste momento, o meio de comunicação que mais torna visível a convergência dos meios, ou seja, a integração dos mesmos num único suporte. Num futuro próximo, talvez este cenário se venha a materializar na televisão interativa, para onde também convergirá a Internet, mas por enquanto ainda não é assim, ou pelo menos a televisão interativa ainda não está suficientemente disseminada para que seja assim. A Internet, enquanto meio convergente, possibilita aos jornais a incorporação de recursos antes exclusivos das rádios e televisões, sem modificarem a sua essência, já que o texto mantém-se como o principal suporte da informação.
O jornalismo on-line e o aparecimento da Internet colocaram vários desafios e questões ao jornalismo, sendo as principais com relação à qualidade e aos valores éticos. É fato que a Internet facilitaria a vida do jornalista e do leitor com relação ao tempo de divulgação da informação, mas será que em alguns momentos isso não pode atrapalhar no momento da apuração? Com a cobrança cada vez maior pela instantaneidade de novas informações, pode haver um certo “desleixo” por parte dos repórteres ou mesmo impossibilidade para que eles dêem o melhor de si na produção da matéria. A questão ética preocupa ainda mais, visto que qualquer pessoa pode escrever textos ou produzir matérias, mesmo sem ser jornalista. Obviamente, tem um aspecto positivo nisso, pois boas contribuições sempre serão bem-vindas, porém não dá para sabermos ao certo se a produção é verídica e não há muitos meios para essa verificação, portanto a única forma é reforçar os grandes valores jornalísticos (Objetividade, verdade, constatação do problema ou situação, consulta ao maior número possível de fontes...) e estar o mais atento possível a tudo que se lê, checando sempre que possível as informações divulgadas.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
VALE MUUUUUUUUITO A PENA LER!
Vai de encontro com o que eu penso e me faz ter vontade de ser como ele quando eu "crescer".
Texto indiscutivelmente bem escrito e que nos faz refletir muito a respeito do que diariamente salta aos nossos olhos mas muitas vezes não queremos enxergar, ou por alienação ou por medo e até muitas vezes, por estafa.
Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito bom mesmo!!
BERNARDO CARVALHO
Fracasso do pensamento
Num mundo em que o jornalismo substitui a filosofia, é lógico que o bom senso não tem vez
UM MUNDO sem reflexão, onde a violência da realidade obriga o sujeito a deixar de pensar para agir, cedendo ao senso comum, ao simplismo e ao pragmatismo cínico, recorrendo ao preconceito e a ações impensadas que antes ele condenava, quando essa mesma realidade ainda não o atingia diretamente e ele podia repetir belas teorias da boca para fora, não é um mundo menos hipócrita (como alguns gostariam), é um mundo pior. Um mundo sem arte (no qual a arte, aceitando a pecha de ilusão e perfumaria, cede ao consenso da realidade e passa a funcionar como jornalismo e sociologia) também.É nesse mundo desiludido que a representação de jovens tolos e inconseqüentes, repetindo Foucault da boca para fora, para acabar quebrando a cara na prática contraditória do trato direto com a realidade nua e crua, passa a ter um efeito catártico junto a platéias em busca de um bode expiatório.É desse mundo (o do fracasso do pensamento) que trata "Tropa de Elite": onde só é permitido escapar à violência (e deixar de ser violento) fora da realidade -tudo o que o capitão Nascimento quer, ou diz querer, é sair desse mundo (onde quem pára para pensar morre), para poder cuidar em paz do filho e da família.Gostei do filme, embora tivesse preferido o longa-metragem anterior de José Padilha, o documentário "Ônibus 174". Não acho o filme fascista. Mas é inegável que, como qualquer representação da realidade, ele tem um discurso (que não é exatamente o mesmo do capitão Nascimento), a despeito de dizer que se limita a mostrar a realidade. E não é um discurso novo. É o discurso de um realismo funcional que volta e meia reaparece para dizer que a realidade é o que é. E que só os fatos (ali representados) contam.Num mundo em que o jornalismo substitui a filosofia (e em que a arte se esconde como discurso para se apresentar como espelho de uma realidade unívoca), é lógico que o bom senso não tem vez. A demagogia e a ira, sim. É preto no branco. Produção de subjetividade é coisa de elite irresponsável. Aqui, nós tratamos de fatos objetivos.Com o desbaratamento das idéias, este passa a ser um mundo de polarizações em torno de questões simplistas e indiscutíveis. Não se produz pensamento; tomam-se partidos. Vozes da ponderação e do conhecimento de causa -como a de Alba Zaluar, que exercita o bom senso semanalmente e sem maiores alardes nas páginas deste jornal- vão se tornando inaudíveis em meio ao bruaá dos lugares-comuns estridentes. O bom senso não aparece, porque não tem graça nem dá manchete. As idéias foram reduzidas a representações sociais. Basta que cada um fale e seja reconhecido como representante do seu grupo social (e que muitas vezes se aproveite disso para respaldar a banalidade ou a demagogia do que diz). O que conta não é o teor das idéias (em geral, as mais simplistas), mas que sirvam para identificar o lugar social de quem as manifesta no campo de batalha. Essa aparente desordem apenas encobre uma ordem geral, o consenso em torno da realidade como um campo de forças autônomo, um teatro de ação e reação, imune à reflexão e à inteligência.Foi em meio a esse contexto que bati com os olhos na recém-publicada edição espanhola dos artigos e palestras do dramaturgo francês Enzo Cormann: "Para que Serve o Teatro?" (Universidade de Valência). Na conferência de 2001 que dá título à coletânea, o autor diz que o teatro (e de resto toda arte que se preze), por ser reflexão, "consiste em reinjetar subjetividade num corpo social entrevado pelo uniforme demasiado estreito do pragmatismo econômico" -ou (por que não?) do realismo oportunista que reivindica para si uma pretensa objetividade, condenando ao mesmo tempo toda produção subjetiva à impotência e ao ridículo, como se dela não fizesse parte.Em nome de uma representação unívoca da realidade, o discurso embutido em "Tropa de Elite" (que não se assume como discurso) limita a própria possibilidade de produção de subjetividade a quem está fora desse mundo, ao diletantismo ridicularizado de estudantes inconseqüentes. Ao associar a produção de subjetividade aos ricos, aos tolos e aos irresponsáveis, como se tampouco estivesse produzindo subjetividade, o filme acaba, provavelmente sem perceber, dando um tiro no próprio pé, pois contribui para estreitar o entendimento do que num passado não muito remoto, e graças ao esforço e à resistência de grandes cineastas, garantiu ao cinema um lugar entre as artes, justamente como produção de subjetividade.
Vai de encontro com o que eu penso e me faz ter vontade de ser como ele quando eu "crescer".
Texto indiscutivelmente bem escrito e que nos faz refletir muito a respeito do que diariamente salta aos nossos olhos mas muitas vezes não queremos enxergar, ou por alienação ou por medo e até muitas vezes, por estafa.
Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito bom mesmo!!
BERNARDO CARVALHO
Fracasso do pensamento
Num mundo em que o jornalismo substitui a filosofia, é lógico que o bom senso não tem vez
UM MUNDO sem reflexão, onde a violência da realidade obriga o sujeito a deixar de pensar para agir, cedendo ao senso comum, ao simplismo e ao pragmatismo cínico, recorrendo ao preconceito e a ações impensadas que antes ele condenava, quando essa mesma realidade ainda não o atingia diretamente e ele podia repetir belas teorias da boca para fora, não é um mundo menos hipócrita (como alguns gostariam), é um mundo pior. Um mundo sem arte (no qual a arte, aceitando a pecha de ilusão e perfumaria, cede ao consenso da realidade e passa a funcionar como jornalismo e sociologia) também.É nesse mundo desiludido que a representação de jovens tolos e inconseqüentes, repetindo Foucault da boca para fora, para acabar quebrando a cara na prática contraditória do trato direto com a realidade nua e crua, passa a ter um efeito catártico junto a platéias em busca de um bode expiatório.É desse mundo (o do fracasso do pensamento) que trata "Tropa de Elite": onde só é permitido escapar à violência (e deixar de ser violento) fora da realidade -tudo o que o capitão Nascimento quer, ou diz querer, é sair desse mundo (onde quem pára para pensar morre), para poder cuidar em paz do filho e da família.Gostei do filme, embora tivesse preferido o longa-metragem anterior de José Padilha, o documentário "Ônibus 174". Não acho o filme fascista. Mas é inegável que, como qualquer representação da realidade, ele tem um discurso (que não é exatamente o mesmo do capitão Nascimento), a despeito de dizer que se limita a mostrar a realidade. E não é um discurso novo. É o discurso de um realismo funcional que volta e meia reaparece para dizer que a realidade é o que é. E que só os fatos (ali representados) contam.Num mundo em que o jornalismo substitui a filosofia (e em que a arte se esconde como discurso para se apresentar como espelho de uma realidade unívoca), é lógico que o bom senso não tem vez. A demagogia e a ira, sim. É preto no branco. Produção de subjetividade é coisa de elite irresponsável. Aqui, nós tratamos de fatos objetivos.Com o desbaratamento das idéias, este passa a ser um mundo de polarizações em torno de questões simplistas e indiscutíveis. Não se produz pensamento; tomam-se partidos. Vozes da ponderação e do conhecimento de causa -como a de Alba Zaluar, que exercita o bom senso semanalmente e sem maiores alardes nas páginas deste jornal- vão se tornando inaudíveis em meio ao bruaá dos lugares-comuns estridentes. O bom senso não aparece, porque não tem graça nem dá manchete. As idéias foram reduzidas a representações sociais. Basta que cada um fale e seja reconhecido como representante do seu grupo social (e que muitas vezes se aproveite disso para respaldar a banalidade ou a demagogia do que diz). O que conta não é o teor das idéias (em geral, as mais simplistas), mas que sirvam para identificar o lugar social de quem as manifesta no campo de batalha. Essa aparente desordem apenas encobre uma ordem geral, o consenso em torno da realidade como um campo de forças autônomo, um teatro de ação e reação, imune à reflexão e à inteligência.Foi em meio a esse contexto que bati com os olhos na recém-publicada edição espanhola dos artigos e palestras do dramaturgo francês Enzo Cormann: "Para que Serve o Teatro?" (Universidade de Valência). Na conferência de 2001 que dá título à coletânea, o autor diz que o teatro (e de resto toda arte que se preze), por ser reflexão, "consiste em reinjetar subjetividade num corpo social entrevado pelo uniforme demasiado estreito do pragmatismo econômico" -ou (por que não?) do realismo oportunista que reivindica para si uma pretensa objetividade, condenando ao mesmo tempo toda produção subjetiva à impotência e ao ridículo, como se dela não fizesse parte.Em nome de uma representação unívoca da realidade, o discurso embutido em "Tropa de Elite" (que não se assume como discurso) limita a própria possibilidade de produção de subjetividade a quem está fora desse mundo, ao diletantismo ridicularizado de estudantes inconseqüentes. Ao associar a produção de subjetividade aos ricos, aos tolos e aos irresponsáveis, como se tampouco estivesse produzindo subjetividade, o filme acaba, provavelmente sem perceber, dando um tiro no próprio pé, pois contribui para estreitar o entendimento do que num passado não muito remoto, e graças ao esforço e à resistência de grandes cineastas, garantiu ao cinema um lugar entre as artes, justamente como produção de subjetividade.
domingo, 4 de novembro de 2007
Circo Roda Brasil apresenta Stapafúrdyo no Rio
Efeitos de luz com iluminações recortadas, bonecos infláveis, figuras humanas caricatas e acrobacias. Essas são as principais atrações do espetáculo Stapafúrdyo, que será apresentado até o dia 4 de novembro, no Circo Roda Brasil. A montagem parte do princípio de que errar é humano, tendo o enredo construído através da visão do palhaço, como se cada pessoa tivesse uma essência cômica. O diferencial é que ele satiriza os circos clássicos, com as personagens "contracenando" com animais de pelúcia coloridos, em combinações curiosas, como a "giravaca" (mistura de girafa com vaca).Outro aspecto que o difere das apresentações circenses comuns é sua trilha sonora. São tocadas ao vivo músicas de André Abujamra: Karnak e As Mulheres Negras. Uma curiosidade a respeito do circo é a lona sem mastro central, diferente de todos os outros circos do país. A lona possui mastros de sustentão externos, o que privilegia a platéia com uma visão mais ampla do espetáculo.A montagem foi produzida pelas consagradas companhias Parlapatões e Pia Fraus, tendo o elenco formado por 20 artistas circenses. A iniciativa conta com o apoio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet n° 8.313/91).O patrocínio é das Concessionárias Nova Dutra e Ponte SA, por meio do Programa CCR Cultura nas Estradas.O espetáculo Stapafúrdyo terá sessões às sextas-feiras, às 20h; aos sábados, às 16h, 18h30 e 21h; e aos domingo, às 16h e 18h30, na Concha Acústica de Niterói, situada à Rua Cem, s/nº, Centro.
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Atividade 1 :)
Site analisado: www.jornalistasdaweb.com.br
1. Avalie a usabilidade de um site jornalístico quanto aos quesitos abaixo e justifique as respostas:
- Clareza na comunicação: O site demonstra ter uma percepção correta de quem é o seu público? A linguagem é adequada ao tipo de leitor que ele procura? O site tem uma percepção correta de qual é o seu público e a linguagem é adequada ao tipo de leitor a quem o site procura.
- Acessibilidade: O tempo de carregamento das páginas é um obstáculo para a navegação? É fácil descobrir o canal de comunicação com o autor dos textos, ou administrador do site?
O tempo de carregamento das páginas é bom, porém o canal de comunicação com os autores de texto se torna inviável porque os links para seus e-mails estão inativos.
- Consistência: As páginas têm elementos gráficos que dão unidade ao site? Existem recursos que prejudicam a funcionalidade das páginas? As páginas têm elementos gráficos coerentes e que dão unidade ao site e nenhum recurso prejudica a funcionalidade das páginas.
- Navegação: Os links são claros nas intenções e eficazes em levar ao destino indicado? O tamanho das páginas é compatível com o conteúdo? Os links são claros e eficazes e o tamanho das páginas é compatível com o conteúdo.
- Apresentação visual: O site faz bom uso da cor? Há algum tipo de exagero no layout que possa ser corrigido? O site faz bom uso da cor e não há nenhum exagero no layout
- Mudanças: O que poderia ser feito para melhorar visualmente, ou deixar mais funcional, o site em questão? Para o site melhorar visualmente seria bom que houvesse uma melhor disposição das matérias, uma melhor distribuição na página.
1. Avalie a usabilidade de um site jornalístico quanto aos quesitos abaixo e justifique as respostas:
- Clareza na comunicação: O site demonstra ter uma percepção correta de quem é o seu público? A linguagem é adequada ao tipo de leitor que ele procura? O site tem uma percepção correta de qual é o seu público e a linguagem é adequada ao tipo de leitor a quem o site procura.
- Acessibilidade: O tempo de carregamento das páginas é um obstáculo para a navegação? É fácil descobrir o canal de comunicação com o autor dos textos, ou administrador do site?
O tempo de carregamento das páginas é bom, porém o canal de comunicação com os autores de texto se torna inviável porque os links para seus e-mails estão inativos.
- Consistência: As páginas têm elementos gráficos que dão unidade ao site? Existem recursos que prejudicam a funcionalidade das páginas? As páginas têm elementos gráficos coerentes e que dão unidade ao site e nenhum recurso prejudica a funcionalidade das páginas.
- Navegação: Os links são claros nas intenções e eficazes em levar ao destino indicado? O tamanho das páginas é compatível com o conteúdo? Os links são claros e eficazes e o tamanho das páginas é compatível com o conteúdo.
- Apresentação visual: O site faz bom uso da cor? Há algum tipo de exagero no layout que possa ser corrigido? O site faz bom uso da cor e não há nenhum exagero no layout
- Mudanças: O que poderia ser feito para melhorar visualmente, ou deixar mais funcional, o site em questão? Para o site melhorar visualmente seria bom que houvesse uma melhor disposição das matérias, uma melhor distribuição na página.
sábado, 7 de julho de 2007
Análise do filme "Casa Grande e Senzala"
Isabella Carretero
O vídeo, assim como o livro, mostra o grande choque cultural entre negros e brancos, o quanto os brancos quiseram impor sua cultura aos negros e fazê-los acreditar que a cultura deles não merecia essa denominação.É impressionante ver a prepotência com que agiam e a indiferença com que tratavam àqueles que lhes serviam. Não havia uma recompensa, um agradecimento sequer.
A democracia racial não existia e não existe até hoje, afinal a abolição da escravatura "jogou o negro no mundo" sem nenhum suporte, sem nenhum projeto social, o que o fez conviver com uma realidade ainda pior e que tenta ser revertida até os dias atuais: a exclusão social.Os negros não têm a mesma participação social, nem as mesmas oportunidades, tampouco o mesmo acesso à educação e conhecimento, o que acaba se tornando um círculo vicioso, pois sem conhecimento e oportunidades o negro não consegue crescer profissionalmente, e sem o crescimento profissional não conseguem ter a mesma participação social e nem acesso à conhecimentos mais abrangentes. E não é através das cotas que este problema se resolve, é com a finalização efetiva do racismo(que ainda existe, embora em menor grau) e com a melhora do processo educacional.
O Brasil é um país com extrema diversidade porém não consegue respeitá-la. O preconceito ainda existe, sim, velado e mesmo explícito, só não vê quem não quer. O sistema de cotas mesmo demonstra preconceito, porém de forma maquiada.
Apesar dos pesares, nisso tudo há pontos positivos: mesmo com toda a opressão o negro foi capaz de manter vivas suas raízes, desenvolvendo formas de elas parecerem mais aceitáveis aos europeus(a capoeira é um exemplo disso), criaram estratégias para passar o mais ileso possível pelos maus-tratos, entre outras coisas o que prova que mesmo sendo submissos, não eram totalmente manipuláveis pois nunca deixaram de valorizar e vivenciar(da maneira possível) a sua cultura e tudo aquilo em que acreditavam.
domingo, 1 de julho de 2007
Para refletir...
Horror no ar
Por Luiz Alca de Sant`Anna
Recebi mais de dez e-mails de pais horrorizados com o que aconteceu no Rio de Janeiro, onde meninos de classe média alta, sem estarem drogados, por puro enfado (que não o seja por prazer) espancaram uma doméstica que passivamente aguardava seu ônibus num ponto, antes do amanhecer.Vindos provavelmente da balada, entediados, quiseram uma nova sensação de que lhes mobilizasse a emoção, o que não acontecia pela sensibilidade, embrutecidos, talvez, pelo não desenvolvimento disso. Muitos pais que me escreveram perguntam se são culpados ou responsáveis, porque o maior pavor foi constatado quando se viu um pai, apesar de assumir a culpa do filho, isentando-o porque é um estudante, não um vagabundo.Resta saber qual é a sua noção de vagabundo...
Detesto acusação da culpa, mas se não somos todos culpados, pelo menos temos algo a ver com esse terrível ocorrido. No que diz respeito à omissão da sociedade, aos olhos desviados, à falta de atenção, não com a violência e a agressividade de agora, mas o que a provocou: uma sociedade fútil, vazia, que só pensa em griffes, em cultivar o físico como único caminho, que foge como o diabo da cruz da mística, da filosofia, da arte, do questionamento. Que vive na Sociedade do Espetáculo,seguindo todas as regras por ela impostas.
Esses lamentáveis jovens são fruto do preconceito,do machismo que cerca esse mundo superficial. Ser macho é bater em uma humilde empregada doméstica, não ser boiola é massacrar mulheres, vandalizar. E de onde veio tudo isso?Da própria formação, gente, desculpe.
O resultado dessa ideologia de falsos valores e provas pífias é que gera seres sem empatia - há adolescentes filhos de amigos meus que passam por mim, olham na cara e nem sequer me cumprimentam, porque não faço parte da galera -, incapazes de ver no outro a sua imagem e semelhança, de entender a grandeza da condição humana e respeitá-la.E, principalmente, de não entender a dor, já que os pais os pouparam de tudo.
Quem não conhece a dor jamais entenderá a devastação que ela provoca moralmente numa pessoa atingida e, assim, nunca desenvolverá um sentimento maior chamado compaixão.Como não foram humilhados, desconhecem a rejeição; como não passaram por necessidades, não aprenderam a falta e a carência. Não que seja preciso isso para se conhecer, mas é preciso,sim, que alguém, exaltando o privilégio, os faça reconhecidos a ele e não um motivo para se julgarem acima de ninguém.
O horror no ar do triste episódio é mais uma lição para se repensar os valores sociais, as mudanças imperiosas, o retorno do humanismo na educação.Antes do caos e da barbárie totais.
Por Luiz Alca de Sant`Anna
Recebi mais de dez e-mails de pais horrorizados com o que aconteceu no Rio de Janeiro, onde meninos de classe média alta, sem estarem drogados, por puro enfado (que não o seja por prazer) espancaram uma doméstica que passivamente aguardava seu ônibus num ponto, antes do amanhecer.Vindos provavelmente da balada, entediados, quiseram uma nova sensação de que lhes mobilizasse a emoção, o que não acontecia pela sensibilidade, embrutecidos, talvez, pelo não desenvolvimento disso. Muitos pais que me escreveram perguntam se são culpados ou responsáveis, porque o maior pavor foi constatado quando se viu um pai, apesar de assumir a culpa do filho, isentando-o porque é um estudante, não um vagabundo.Resta saber qual é a sua noção de vagabundo...
Detesto acusação da culpa, mas se não somos todos culpados, pelo menos temos algo a ver com esse terrível ocorrido. No que diz respeito à omissão da sociedade, aos olhos desviados, à falta de atenção, não com a violência e a agressividade de agora, mas o que a provocou: uma sociedade fútil, vazia, que só pensa em griffes, em cultivar o físico como único caminho, que foge como o diabo da cruz da mística, da filosofia, da arte, do questionamento. Que vive na Sociedade do Espetáculo,seguindo todas as regras por ela impostas.
Esses lamentáveis jovens são fruto do preconceito,do machismo que cerca esse mundo superficial. Ser macho é bater em uma humilde empregada doméstica, não ser boiola é massacrar mulheres, vandalizar. E de onde veio tudo isso?Da própria formação, gente, desculpe.
O resultado dessa ideologia de falsos valores e provas pífias é que gera seres sem empatia - há adolescentes filhos de amigos meus que passam por mim, olham na cara e nem sequer me cumprimentam, porque não faço parte da galera -, incapazes de ver no outro a sua imagem e semelhança, de entender a grandeza da condição humana e respeitá-la.E, principalmente, de não entender a dor, já que os pais os pouparam de tudo.
Quem não conhece a dor jamais entenderá a devastação que ela provoca moralmente numa pessoa atingida e, assim, nunca desenvolverá um sentimento maior chamado compaixão.Como não foram humilhados, desconhecem a rejeição; como não passaram por necessidades, não aprenderam a falta e a carência. Não que seja preciso isso para se conhecer, mas é preciso,sim, que alguém, exaltando o privilégio, os faça reconhecidos a ele e não um motivo para se julgarem acima de ninguém.
O horror no ar do triste episódio é mais uma lição para se repensar os valores sociais, as mudanças imperiosas, o retorno do humanismo na educação.Antes do caos e da barbárie totais.
domingo, 27 de maio de 2007
Reforma no processo educacional: o primeiro passo para a inclusão digital

Na atual conjuntura a desigualdade social assola o país, portanto torna-se complicado falar em inclusão digital sem ressaltar a inclusão social de forma geral.
Não é de se espantar que no país tão poucas pessoas tenham acesso à Internet, tendo em vista que não têm acesso nem a coisas básicas, como saúde e educação de qualidade.
É triste constatar que em um país com tantas riquezas naturais, e com renda suficientemente razoável, exista ainda a má divisão de recursos, afinal esta gera grande parte, se não todos os problemas que a população enfrenta até então.
A exclusão digital é uma questão de difícil solução se levarmos em conta a série de coisas que devem ser resolvidas para que, conseqüentemente haja uma mudança neste quadro.
Há também um fator que leva à exclusão digital que não é de cunho financeiro, já que existem pessoas que tem por opção não utilizar nem mesmo o computador, mas a grande maioria não tem acesso justamente pela falta de recursos.
Se não houver uma mobilização da população exigindo uma mudança na política pública, para que se tenha mais investimentos na área da educação será uma batalha inócua. Atualmente são 16 milhões de analfabetos no Brasil, fora os funcionais que somam-se 33 milhões, gerando um total de 49 milhões de pessoas, que no momento não tem a mínima condição de se adaptar ao uso do computador e da Internet.
Tendo isso como base, podemos concluir que sem uma mudança efetiva no processo educacional do país, a inclusão digital total ou pelo menos da maioria das pessoas será intangível.
Não é de se espantar que no país tão poucas pessoas tenham acesso à Internet, tendo em vista que não têm acesso nem a coisas básicas, como saúde e educação de qualidade.
É triste constatar que em um país com tantas riquezas naturais, e com renda suficientemente razoável, exista ainda a má divisão de recursos, afinal esta gera grande parte, se não todos os problemas que a população enfrenta até então.
A exclusão digital é uma questão de difícil solução se levarmos em conta a série de coisas que devem ser resolvidas para que, conseqüentemente haja uma mudança neste quadro.
Há também um fator que leva à exclusão digital que não é de cunho financeiro, já que existem pessoas que tem por opção não utilizar nem mesmo o computador, mas a grande maioria não tem acesso justamente pela falta de recursos.
Se não houver uma mobilização da população exigindo uma mudança na política pública, para que se tenha mais investimentos na área da educação será uma batalha inócua. Atualmente são 16 milhões de analfabetos no Brasil, fora os funcionais que somam-se 33 milhões, gerando um total de 49 milhões de pessoas, que no momento não tem a mínima condição de se adaptar ao uso do computador e da Internet.
Tendo isso como base, podemos concluir que sem uma mudança efetiva no processo educacional do país, a inclusão digital total ou pelo menos da maioria das pessoas será intangível.
segunda-feira, 12 de março de 2007
Cibercultura: Evolução ou alienação?
Inicialmente, quando a informática foi implementada era apenas um método para facilitar a realização de operações matemáticas, porém com o tempo a necessidade de se obter informação de forma rápida fez os profissionais da área da tecnologia perceberem que deveriam realizar mudanças na área da informática pessoal. Com isso, os cientistas notaram que era de suma importância que houvesse interatividade, e que para isso era essencial que realizassem maiores pesquisas no campo da tecnologia. A necessidade de comunicação falava mais alto, e em decorrência disso muitos estudos foram realizados até que se chegasse ao ponto em que estamos hoje.
Certamente podemos dizer que as pessoas que tiveram isso em mente foram além de seu tempo, pensando a longo prazo,pois não teríamos acesso ao leque de informações que temos sem que a evolução da tecnologia(cibercultura) tivesse sido pensada e executada.
Como o autor coloca no texto, as tecnologias marcam o corpo social de forma muito significativa através do modo de produção e consumo e das formas de comunicação.Sendo assim,tornou-se imprescindível inserir-se nesse meio.
A sociedade atual é totalmente dependente das facilidades que a Internet proporciona, tanto que até mesmo para coisas básicas, como realizar alguma compra, ler notícias e assistir a documentários ou filmes faz-se uso dela.
Obviamente, há aspectos positivos na utilização da Internet, como a praticidade e a rapidez que se tem acesso às notícias, porém os malefícios são inegáveis. Primeiramente porque nada que nos faça dependentes pode ser considerado bom, e principalmente pelo que está desencadeando.Hoje em dia as crianças pouco brincam nas ruas e/ou acompanhada de outras e as pessoas de forma geral pouco interagem "ao vivo". O contato real se perdeu pelo tempo e isso sem dúvida é extremamente prejudicial para a formação humana e consequentemente para a vida, enfim.
Tendo em vista este outro lado, podemos colocar como questionável a classificação da cibercultura como uma prática que trouxe evolução, mas também não há como ignorar os fatos que nos cercam, afinal, a partir da criação da mesma muitas ações que demandavam tempo excessivo tornaram-se mais práticas e rápidas.
Com isso conclui-se que o problema está no uso demasiado desta, não em sua disseminação.
Outro aspecto importante a ressaltar é que com a popularização tanto dos computadores quanto da Internet, temos mais chances de não sermos manipulados pela "elite" ,porém existem dois lados, afinal apesar da informação estar ao alcance de grande parte das pessoas, existem ainda muitas distorções de informação e essas se dão de acordo com os interesses dos mais poderosos.
Nem sempre aquilo que é noticiado é o que realmente aconteceu e para não ser suscetível a esse tipo de manipulação, é necessário ser antenado, refletir sobre aquilo que lê, pesquisar, ir em busca de outros dados e de outras opiniões para assim saber discernir o que é real do que é jogo de interesses. Portanto, após refletir e ponderar, podemos chegar a conclusão de que para a cibercultura tornar-se uma prática evolutiva de fato, é necessário que haja uma reforma total na educação do país, e principalmente nos hábitos das pessoas. A leitura e a informação são sim essenciais. Para isso e para muitas coisas mais.
Certamente podemos dizer que as pessoas que tiveram isso em mente foram além de seu tempo, pensando a longo prazo,pois não teríamos acesso ao leque de informações que temos sem que a evolução da tecnologia(cibercultura) tivesse sido pensada e executada.
Como o autor coloca no texto, as tecnologias marcam o corpo social de forma muito significativa através do modo de produção e consumo e das formas de comunicação.Sendo assim,tornou-se imprescindível inserir-se nesse meio.
A sociedade atual é totalmente dependente das facilidades que a Internet proporciona, tanto que até mesmo para coisas básicas, como realizar alguma compra, ler notícias e assistir a documentários ou filmes faz-se uso dela.
Obviamente, há aspectos positivos na utilização da Internet, como a praticidade e a rapidez que se tem acesso às notícias, porém os malefícios são inegáveis. Primeiramente porque nada que nos faça dependentes pode ser considerado bom, e principalmente pelo que está desencadeando.Hoje em dia as crianças pouco brincam nas ruas e/ou acompanhada de outras e as pessoas de forma geral pouco interagem "ao vivo". O contato real se perdeu pelo tempo e isso sem dúvida é extremamente prejudicial para a formação humana e consequentemente para a vida, enfim.
Tendo em vista este outro lado, podemos colocar como questionável a classificação da cibercultura como uma prática que trouxe evolução, mas também não há como ignorar os fatos que nos cercam, afinal, a partir da criação da mesma muitas ações que demandavam tempo excessivo tornaram-se mais práticas e rápidas.
Com isso conclui-se que o problema está no uso demasiado desta, não em sua disseminação.
Outro aspecto importante a ressaltar é que com a popularização tanto dos computadores quanto da Internet, temos mais chances de não sermos manipulados pela "elite" ,porém existem dois lados, afinal apesar da informação estar ao alcance de grande parte das pessoas, existem ainda muitas distorções de informação e essas se dão de acordo com os interesses dos mais poderosos.
Nem sempre aquilo que é noticiado é o que realmente aconteceu e para não ser suscetível a esse tipo de manipulação, é necessário ser antenado, refletir sobre aquilo que lê, pesquisar, ir em busca de outros dados e de outras opiniões para assim saber discernir o que é real do que é jogo de interesses. Portanto, após refletir e ponderar, podemos chegar a conclusão de que para a cibercultura tornar-se uma prática evolutiva de fato, é necessário que haja uma reforma total na educação do país, e principalmente nos hábitos das pessoas. A leitura e a informação são sim essenciais. Para isso e para muitas coisas mais.
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