segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Passatempo: O tempo passa

Sem compromisso nem razão, saí pela manhã para respirar a cidade.
O primeiro aroma, sem dúvida, foi o daquela manhã de primavera, cheia de cores e de luz.

Na grande avenida, majestosas palmeiras pareciam anunciar a própria grandeza da vida.

Em direção à praia, o cheiro do verde, os matizes das flores formando os jardins (marca registrada da cidade de Santos) que me enchem de encantamento. Encantamento que não termina ali: mal ergo os olhos, avisto os navios atracados ao cais lembrando a magia de tantas viagens sonhadas e algumas até vividas.

Prossigo sem pressa, observando entre a rústica singeleza dos quiosques e a sólida beleza de antigas construções que viram gerações e gerações passarem por elas: Pinacoteca Benedito Calixto, Escolástica Rosa, Museu de Pesca...

Tomada pelo raro sabor da liberdade, concedo-me o direito de adentrar ao Aquário e ali permanecer por tempo indeterminado,extasiando-me com o milagre de tantas vidas borbulhantes e únicas em tamanho, cores, hábitos, na beleza, enfim.

No auge do encantamento revivo na memória as fantásticas tardes e manhãs que passei ali, quando era ainda pequena. Momentos intensamente vividos e devidamente registrados na Kodak do papai.

Comovida, percebi, naquele lugar, naquele momento, que a magia ainda era a mesma, com uma única diferença: naquele tempo eu ainda não tinha saudades.
Final de tarde, faço o caminho de volta inundada de lembranças. Doces lembranças dos lugares e das pessoas que comigo viveram essa história.

2 comentários:

Unknown disse...

Isaa..
Nossa meu.... acredite ou não... eu vi muito de mim nesse texto! Justamente esse sentimento da saudade que eu tanto tento expressar mas ainda não consegui.. a saudade, que naqueles tempos, em que a gente corria pelo jardim da praia sem preocupação alguma, sem a mínima noção do quanto aquilo ia valer no futuro... às vezes eu olho pra uma criança e tenho vontade de falar: garoto, aproveite ao máximo esse tempo, registre cada momento, por mais simples que ele seja!! Mas meu dou conta que ele é apenas uma criança, assim como eu fui, e tenho certeza que não daria muita importância àquele comentário, pois quer apenas voltar a brincar. Simples momentos, acompanhados de emoções e sentimentos, cheiros, cores e sabores, que eu me esforço para não esquecer... Momentos importantes, que guardo em minha lembrança como se meus olhos fossem a lente de uma filmadora, registrando cada detalhe. Os detalhes são importantíssimos... não é? :)
Beijão "priminha" e obrigado por alegrar meu dia com a sua escrita!!

Natasha Guerrize disse...

Faço as minhas palavras as do Matheus:
Com a exceção de não ter vivido minha infância em Santos, tive e ainda tenho momentos "saudosistas" (?) daqui.
Aqui você foi além do Jornalismo, um texto assim é excelente pra fugir do hard news. Adorei! :)
Beijinhos, Isa! :*