Sem compromisso nem razão, saí pela manhã para respirar a cidade.
O primeiro aroma, sem dúvida, foi o daquela manhã de primavera, cheia de cores e de luz.
Na grande avenida, majestosas palmeiras pareciam anunciar a própria grandeza da vida.
Em direção à praia, o cheiro do verde, os matizes das flores formando os jardins (marca registrada da cidade de Santos) que me enchem de encantamento. Encantamento que não termina ali: mal ergo os olhos, avisto os navios atracados ao cais lembrando a magia de tantas viagens sonhadas e algumas até vividas.
Prossigo sem pressa, observando entre a rústica singeleza dos quiosques e a sólida beleza de antigas construções que viram gerações e gerações passarem por elas: Pinacoteca Benedito Calixto, Escolástica Rosa, Museu de Pesca...
Tomada pelo raro sabor da liberdade, concedo-me o direito de adentrar ao Aquário e ali permanecer por tempo indeterminado,extasiando-me com o milagre de tantas vidas borbulhantes e únicas em tamanho, cores, hábitos, na beleza, enfim.
No auge do encantamento revivo na memória as fantásticas tardes e manhãs que passei ali, quando era ainda pequena. Momentos intensamente vividos e devidamente registrados na Kodak do papai.
Comovida, percebi, naquele lugar, naquele momento, que a magia ainda era a mesma, com uma única diferença: naquele tempo eu ainda não tinha saudades.
Final de tarde, faço o caminho de volta inundada de lembranças. Doces lembranças dos lugares e das pessoas que comigo viveram essa história.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
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