Isabella Carretero
O vídeo, assim como o livro, mostra o grande choque cultural entre negros e brancos, o quanto os brancos quiseram impor sua cultura aos negros e fazê-los acreditar que a cultura deles não merecia essa denominação.É impressionante ver a prepotência com que agiam e a indiferença com que tratavam àqueles que lhes serviam. Não havia uma recompensa, um agradecimento sequer.
A democracia racial não existia e não existe até hoje, afinal a abolição da escravatura "jogou o negro no mundo" sem nenhum suporte, sem nenhum projeto social, o que o fez conviver com uma realidade ainda pior e que tenta ser revertida até os dias atuais: a exclusão social.Os negros não têm a mesma participação social, nem as mesmas oportunidades, tampouco o mesmo acesso à educação e conhecimento, o que acaba se tornando um círculo vicioso, pois sem conhecimento e oportunidades o negro não consegue crescer profissionalmente, e sem o crescimento profissional não conseguem ter a mesma participação social e nem acesso à conhecimentos mais abrangentes. E não é através das cotas que este problema se resolve, é com a finalização efetiva do racismo(que ainda existe, embora em menor grau) e com a melhora do processo educacional.
O Brasil é um país com extrema diversidade porém não consegue respeitá-la. O preconceito ainda existe, sim, velado e mesmo explícito, só não vê quem não quer. O sistema de cotas mesmo demonstra preconceito, porém de forma maquiada.
Apesar dos pesares, nisso tudo há pontos positivos: mesmo com toda a opressão o negro foi capaz de manter vivas suas raízes, desenvolvendo formas de elas parecerem mais aceitáveis aos europeus(a capoeira é um exemplo disso), criaram estratégias para passar o mais ileso possível pelos maus-tratos, entre outras coisas o que prova que mesmo sendo submissos, não eram totalmente manipuláveis pois nunca deixaram de valorizar e vivenciar(da maneira possível) a sua cultura e tudo aquilo em que acreditavam.